Polimorfismos genéticos determinantes da performance física em atletas de elite
DIAS, Rodrigo Gonçalves; PEREIRA, Alexandre da Costa; NEGRAO, Carlos Eduardo e KRIEGER, José Eduardo. Polimorfismos genéticos determinantes da performance física em atletas de elite. Rev Bras Med Esporte [online]. 2007, vol.13, n.3, pp. 209-216. ISSN 1517-8692.
“O fenômeno da performance física humana em modalidades esportivas específicas sempre foi alvo de interesse de médicos especialistas em medicina desportiva e fisiologistas do exercício. Esses profissionais confirmavam os níveis outline de performance de seus atletas a partir de análises morfológicas e funcionais, utilizando-se para isso de técnicas histoquímicas, dosagens bioquímicas e análise de parâmetros cardiopulmonares...” (p.209)
“A variabilidade das respostas mecânicas e biológicas dos diferentes sistemas, particulares dos atletas de elite de cada modalidade específica, possibilita o estudo do que no campo da genética é conhecido como rastreamento dos “genes candidatos” (p.209)
“Um fenótipo bem caracterizado em atletas de diferentes modalidades é o tipo de fibra da musculatura esquelética. Em adultos, esse fenótipo é determinado pela expressão de três genes distintos que, quando transcritos e traduzidos, sintetizam isoformas de cadeia pesada da miosina (MHC), determinando, em parte, a distribuição percentual dos diferentes tipos de fibra no músculo. Aproximadamente 45% das variações do tipo de fibra no músculo são
explicadas por fatores genéticos. Essa distribuição constitui-se num dos fatores determinantes da performance em modalidades esportivas.” (p.210)
“O sistema renina-angiotensina (SRA) endócrino desempenha importante função no controle e homeostasia do sistema circulatório humano. Produzida pelas células renais justaglomerulares um tipo modificado de célula muscular lisa localizada nas arteríolas aferentes, a renina atua sobre a globulina angiotensinogênio, liberando um peptídeo de 10 aminoácidos, a angiotensina I. Esse peptídeo possui propriedades vasoconstritoras leves, porém, quando clivada num peptídeo de oito aminoácidos, angiotensina II (Ang
II), por ação da enzima conversora de angiotensina (ECA), adquire capacidade vasoconstritora das mais relevantes. Essa resposta fisiológica é mediada predominantemente por ação em receptores específicos para Ang II (AT e AT) localizados na superfície celular. Além da sua ação vasoconstritora, a Ang II provoca aumento da pressão arterial pela retenção de sais e água nos túbulos renais, secundária à ação da aldosterona liberada pelas suprarenais.” (p.211)
“Sempre se acreditou que fatores favoráveis como status nutricional, composição
corporal e circunstâncias psicológicas e sociais deveriam estar presentes e, quando em equilíbrio com uma variedade de propriedades biológicas e mecânicas, estariam, portanto, determinando características específicas de performance física. No entanto, a otimização de todos esses fatores não seria suficiente, levando em consideração a variabilidade e, conseqüentemente, as diferenças interindividuais nas adaptações anatômicas, fisiológicas e
bioquímicas, dependentes da constituição genética de cada indivíduo.” (p.214)
“Existe uma variabilidade considerável no desfecho do traumatismo crânio-encefálico, sendo que fatores genéticos podem influenciar tanto na suscetibilidade do cérebro
à lesão, quanto na capacidade de renovação e reorganização neural. Por esse motivo, pesquisas sobre polimorfismos genéticos podem auxiliar na compreensão de fatores
determinantes para o prognóstico dos pacientes. A investigação de polimorfismos em genes relacionados com neuroinflamação é interessante dado o papel importante que esta desempenha no TCE. A integração dos dados dos genótipos dos pacientes com os dados clínicos pode auxiliar no estabelecimento de fatores prognósticos no TCE grave.” (p.346)
“A compreensão da influência de polimorfismos genéticos no desfecho do TCE ainda está em uma fase inicial, com poucos estudos realizados. Nossos resultados sugerem que o
polimorfismo -31C/T do gene IL-1B não tem impacto significativo no desfecho fatal dos pacientes com traumatismo crânio-encefálico grave.” (p.347)
Nenhum comentário:
Postar um comentário